sexta-feira, dezembro 28, 2007

E viva o underground

A busca pela popularidade é o que mais me afugenta. Não sei se é pelo modo como o fazem ou é por medo das desastrosas conseqüências. Há tempos parei de me importar com tais pessoas, e conseqüentemente parei de criticá-las. Apenas as evito.
Onde quero chegar, deve estar se perguntando. Simplesmente não quero chegar, mas sair, passar despercebido, ser o cúmulo da sutileza. Quero apenas ficar na minha. Foi assim, tem sido assim, e isso não mudará.
Viva o underground, aplicado em todos os sentidos.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Caminho Para Guantánamo


Inúmeros filmes já retrataram os horrores vividos nos campos de concentração nazistas. As ditaduras militares na América do Sul, com suas histórias de tortura e desaparecimento de presos políticos, também renderam obras igualmente contundentes e tocantes. Há vários outros exemplos semelhantes. O cinema tem, entre suas funções primordiais, manter vivo o passado para que as atuais gerações não esqueçam de crimes bárbaros cometidos contra a humanidade.

O que torna Caminho para Guantánamo um filme especialmente assustador e chocante é sabermos que tudo o que está sendo visto na tela continua acontecendo. Nos indignarmos com o presente é muito mais doloroso, especialmente diante da sensação de que nada parece que vai mudar.

Como Michael Moore com seus filmes-tese anti-Bush, os diretores ingleses de Caminho para Guantánamo, Michael Winterbottom e Matt Whitecross, não escondem sua vontade de tomar partido e, assim, reforçar a denúncia. Não é muito convincente a explicação dos jovens britânicos de origem paquistanesa para, depois de viajarem ao Paquistão para o casamento de um deles, decidirem fazer uma visita ao Afeganistão logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Eles também dizem que pediram ao motorista para levá-los embora e o trajeto seguido foi o oposto, fazendo com que fossem confundidos com militantes da Al-Qaeda e presos por soldados das forças da Aliança do Norte. É possível acreditar na palavra deles, assim como também é possível não acreditar. Isso parece importar pouco para os realizadores.

Os acontecimentos se sucedem com tal velocidade, que a angústia que toma conta do espectador não permite que a sua reação no momento seja outra que não a de acreditar - e se revoltar. Como não reagir a cenas chocantes como a dos prisioneiros sendo transportados amontoados num caminhão em que as únicas saídas de ar são as marcas dos tiros desferidos a esmo pelos soldados na carroceria, e que ao chegar ao destino boa parte dos presos estão mortos?

Quando a ação se transfere para Guantánamo, a todos esses sentimentos se une o asco. Porque talvez não exista outra palavra senão asco para definir o sentimento despertado pelo comportamento das supostas “autoridades” americanas e britânicas encarregadas de interrogar, à base de tortura física e psicológica, aqueles prisioneiros contra os quais não havia uma evidência concreta qualquer. Winterbottom e Whitecross têm um mérito grande, pela forma como estruturaram o filme, intercalando os depoimentos dos três sobreviventes com a narrativa dramatizada a partir do que eles relatam. Os acertos se estendem à fotografia, edição, escolha de elenco e direção, que capturam a atmosfera daquele pesadelo com precisão e realismo, sem escorregões melodramáticos ou panfletários. Vencedor do Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim, Caminho para Guantánamo chamou a atenção da imprensa para o drama dos três jovens britânicos e para as atrocidades contra os direitos humanos que ainda são cometidas em Guantánamo. Pena que os americanos mais ouviram falar do filme do que o assistiram – foi lançado com míseras 15 cópias -, e que o presidente Bush tenha dito que iria fechar aquela prisão, mas não tomou atitude alguma. Ainda há centenas de presos em Guantánamo e volta e meia se tem notícias de mortes por suicídio.

Por Marcelo Janot

terça-feira, dezembro 11, 2007



Tim Festival 2007



Foi uma explosão de sensações, misto de ansiedade, animação, felicidade. Eu estava ali. Na minha frente estava ninguém mais ninguém menos que Björk. A deusa islandesa, com todo seu charme exótico comandou o show com maestria, agressividade, leveza, perfeição.

O público não ficou atrás e, na mesma sintonia, respondeu aos gritos da quase não humana Björk Guðmundsdóttir, entoando com força, raiva e paixão músicas como "Declare Independence" e "Earth Intruders".

Ao fim do show, que durou pouco mais de uma hora, a sensação de realização e dever cumprido contrastavam com tristeza.

Surreal!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Apaixonados por esporte!

Juiz de Fora.Juiz de Fora.Juiz de Fora.

Juiz de Fora. Primeira palavra que vem à cabeça nessa noite. Estarei lá em pouco tempo, colocando em prática ensinamentos alcoólatras, à la Rock Rocket.
Juiz de Fora. Amigos. Meninas. Está dividida a cidade.
Extrapolar limites. Que limites?
Juiz de Fora. Cinema. Cachaça. Música. Cachaça. Rock'n'Roll. "Toca Raul". Amigos. Cachaça. Meninas. Shows. Cachaça. Cachaça. Dormir. Dormir. Dormir. Dormir. Dormir...

domingo, dezembro 02, 2007

12/11/2007

Uma manhã das mais agradáveis. Lembra-me o período de férias. Só e feliz. Fazer tudo, em qualquer tempo, tamanho o poder de liberdade.
"A Passing Feeling", do Elliott novamente chega aos meus ouvidos, levando-me ao estado máximo que alguém pode chegar. Isso é delírio.
O hábito de escrever é um dos mais prazerosos e satisfatórios hábitos da humanidade. E já adiantava Godard: "Sei lá, tente começar por contar seu dia, com a ajuda de um papel e um lápis. Conte de maneira diferente daquela que a polícia ou um funcionário público faria. Tente dizer algo diferente. Bom, você acordou, tomou seu café... Mas você sabe que não há somente isso. Tente saber o que é este 'não há somente isso'." Faça isso e depois de certo tempo estará fazendo filmes.
Um ar confuso penetra-me no fundo do corpo, de forma que não consigo definir meus sentimentos. É incômodo. Ou é paixão. Apenas se apossa, sem pedir licença, me jogando contra a parede, não importando onde, nem quando, nem suas conseqüências.
A vida (e todos os seus mistérios) ainda me fascina, mas ainda temo a morte.
Por pouco tempo.

sábado, dezembro 01, 2007

11/11/2007

Uma bela tarde de domingo, onde tudo deu certo.
E por mais que "nada" tenha acontecido, me sinto feliz agora. Estou me controlando mais.
Vejo com tamanho amadurecimento como é fundamental a amizade. E como amo meus amigos.
Estou em Juiz de Fora. É extremamente agradável voltar à cidade que antigamente era a culpada dos meus problemas.
A má não era a cidade, mas a demora por encontrá-la. Encontrei!
Gostei do dia de hoje.
Foi uma grande "mata-saudades" pra todo lado. Um sentimento de liberdade envolvendo corpo, mente e tudo mais.
Bebendo pra esquecer problemas que não temos, fui feliz.
Elliott Smith que me perdoe, mas hoje, nesse momento, rabiscando um papel duro com uma caneta falha, o considero um Deus. É inspirador, é contagiante, é o clímax!

Ao mesmo tempo em que revejo amigos e ando por ruas que tanto me conhecem, do outro lado aquela nostalgia infiltra-se devagar, tímida.
Sempre que houver distância, haverá saudade.
E (as vezes) isso não é ruim.